A crise financeira que levou Francisco Dornelles, governador em exercício do estado do Rio de Janeiro, a decretar estado de calamidade pode levar também ao desencadeamento de uma série de manifestações e paralisações por parte dos servidores estaduais, que são quem mais vem sofrendo com esta crise.
Uma das principais paralisações previstas e quem vem ganhando força e apoio nas redes sociais e internamente é a da polícia militar. As reivindicações dos policiais militares são o pagamento das metas alcançadas no primeiro e segundo semestre de 2015, o pagamento do Regime Adicional de Serviço (RAS) e o pagamento do convênio firmado entre a Pmerj e a secretária de educação (SEDUC) através do Proeis, que não é pago desde setembro de 2015. Em outras palavras, o governo fez os policiais de idiotas, prometeu e não pagou, não cumpriu. Outra reivindicação que é feita não só pelos policiais é o pagamento em dia dos salários dos servidores e que o mesmo volte a ser executado no segundo dia útil de cada mês e não no décimo dia útil, o que vem sendo feito e que tem causado diversos transtornos aos servidores.
A paralisação da polícia militar está marcada para o dia 27 de junho e conta com o apoio de praças e oficiais. Áudios que circulam em grupos policiais no WathsApp com oficiais manifestando apoio, inclusive coronéis, dão uma dimensão da grandeza e da veracidade da informação.
Pelo visto, a paciência dos policiais se esgotou com o governo do estado, que não teve competência de administrar as contas e deixou chegar ao ponto que chegou.
O que mais impressiona é que os outros poderes do estado, no caso o legislativo e o judiciário, que têm como principal finalidade regular e fiscalizar os atos e a administração do poder executivo, nada fazem. Os deputados, por exemplo, alegam que o governador e o vice-governador não cometeram até o momento nenhum crime de responsabilidade; e os juízes e desembargadores do judiciário negam todos os tipos de ações impetradas por servidores ou associações, contra o estado. Os poderes judiciário e legislativo estadual dão uma demonstração clara de que estão fechados com o governo, estão blindando o governo, e atuando de forma clara contra o povo e contra os servidores deste estado.
Se quebrar os cofres do estado, atrasar e parcelar salários dos servidores, não pagar a meritocracia dos policiais, não for reconhecido como um crime de responsabilidade e incompetência administrativa, incapacidade para governar, então o que é?
Mas essa atitude do judiciário e do legislativo estadual não é surpresa para ninguém, pois, seus salários estão em dia, seus benefícios continuam sendo pagos normalmente, ou seja, para eles não existe crise. Por isso atuam de forma firme contra os interesses de quem paga seus salários, no caso, o povo.